Ofício (Eat my words)



Tenho um ofício que é meu dileto, por ele me expresso e conto meu desprezo por minha geração....e a total falta de identificação com quase tudo e quase todos....me visto do negro apátrida no meio da sholdra patriótica e faço ouvido de surdo aos hinos que entoam louvando o que lhes rouba a liberdade e a valentia....o que não é o servir, senão abrir mão da liberdade?

Este ofício me leva a saber que nada sei e por isso, procuro sedento algo que lhe dê conteúdo...quando lembro escrevo direito, quando não, de qualquer maneira...mas amo di paixão este ofício de narrador de ambivalências, acertos e desacertos.....assim do jeito das aflições dos amantes pelo o calado gemido das alcovas....qualquer coisa que não se pareça poesia pois assim não sei compor!!!!.....é muito delicado para os traumas que me traduzem...muito doce para o amargor que acúmulo....mas mesmo assim contínuo a afirmar q o sentido da vida nasce do amor e do trabalho...não me importa a fome sacio-a com letras, e, é esta a minha verdadeira fome.

Quando estou aqui a vida passa por mim na velocidade que a percebo e por isso muitas vezes vou abreviando as palavras para não impedir a urgência destes sentimentos, que fluem feito sangue numa ferida hemorrágica traduzindo a dor e a aflição do corte....Gosto, sim de falar palavras aos seus ouvidos, e ter por um efêmero momento sua atenção. Mesmo que seja para lhe dizer nada, mas preencher o vazio que nos seca, desertificando os dias com a banalidade midiática do espetáculo....Não como circo mais como sanatório das angústias e as ganâncias que contabilizam o mercado e o show da produtividade kapitalista, não tenho nada contra sistemas mas não me envolvo com eles, só fico aqui olhando as sombras transformarem-se nas paredes, num jogo de silhuetas e dedos em busca do lugar donde vim! E que desesperadamente tento retornar.

Sei que não sou exemplo para ninguém, mas tento reconhecer meus erros para que você saiba deles....transforme os seus na palavra que me livrará...pois na sua palavra está o espelho deste ofício que você me ensina a exercê-lo e apreciá-lo com reverência e estima...sem ele não sei se teria sentido alguma coisa nesta vida errática que desenhei com minhas pernas. E que não faço nenhuma questão de ser perdoado, pois são eles a luz que tiraram de meus olhos a cegueira que obscurecia o desejo de saber qual a cor da liberdade,e, de dizer tudo o que vem a mente, buscar no corpos das amantes o porto seguro ao nômade que se acerca de mim quando me perco em minhas palavras e nas de outros.

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